Festa do Rosário dos Homens Pretos de Minas Novas

Espaço destinado à publicação de informações, curiosidades e eventos da maior festa do norte mineiro: A FESTA DE NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO DOS HOMENS PRETOS DE MINAS

quinta-feira, 4 de março de 2010

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos de Minas Novas


História - Não foram localizados elementos documentais esclarecedores sobre a data de construção da igreja. Pelas características construtivas e ornamentais, presume-se que sua edificação tenha ocorrido ainda no século XVIII, embora conste, por tradição local, que a instituição da Irmandade de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos da antiga vila do Fanado, responsável pela ereção do templo, se deu no ano de 1810. Pode-se todavia afirmar, com certeza, que se trata de construção do período colonial, porquanto existem referências a igreja em textos já de inícios do século XIX, como a "Corografia Brasílica" , de Aires do Casal (1817), e "Memórias Históricas’’ de Pizarro e Araújo (alturas de 1820).

A Irmandade do Rosário dos Pretos chegou a possuir valiosos "ornamentos em ouro e prata", segundo está registrado em documento de 1854, dirigido ao governo provincial mineiro pelo vigário local sobre o estado e número de igrejas e capelas da paróquia de Minas Novas. Este templo é ainda hoje um dos mais prestigiados pelos fiéis na cidade, especialmente por nele se realizar, anualmente, a Festa do Rosário, com celebrações religiosas e folclóricas, uma tradição que ali remonta ao ano de 1810. O monumento não é amparado por medida legal de tombamento.

Arquitetura- A igreja apresenta aspecto tradicional e retardatário, filiando-se ao partido das matrizes mineiras da primeira metade do século XVIII, com planta quadrangular. divisão em nave, capela-mor e corredores-sacristias ao longo das fachadas laterais do edifício. A fachada principal compõe-se de torres de secção quadrada e cobertura em forma de telhado, empena lisa com pequeno óculo, porta almofadada e duas janelas com balaústres de madeira recortada. A estrutura da construção é em madeira e taipa, com telhado em duas águas e beirais em cachorros. Internamente, possuí forros abobadados, de tabuado liso, com pintura decorativa, cimalhas e arco-cruzeiro de madeira, púlpito único e grade de madeira torneada separando a nave dos altares do arco-cruzeiro.

Ornamentação - A igreja conserva um conjunto de talha composto de três altares, sendo mais interessante o retábulo da capela-mor, em estilo rococó de interpretação provinciana, delimitado por colunas de fuste reto e mostrando em cada flanco um nicho terminado em dossel. Os altares do arco-cruzeiro são bastante singelos, com duas colunas continuadas por arquivoltas, numa imitação rústica dos retábulos de feição barroca. Nos forros da nave e da capela-mor, vêem-se painéis de pintura, representando respectivamente a Ressurreição de Cristo e a Virgem do Rosário, enquadrados por balaústres, figuras de anjos e flores, em trabalhos que evidenciam bom apuro pictórico. A igreja ainda possui excelentes peças de imaginária barroca, entre as quais se destacam as imagens de São João Batista, São José, Santo Antônio Catagerona, Santa Rita de Cássia, São Gonçalo, Nossa Senhora do Rosário, Santo Antônio e São Benedito, sendo os dois últimos invocações principais dos altares do arco-cruzeiro. A harmonia do interior do templo acha-se, no entanto, parcialmente prejudicada pela repintura de alguns elementos ornamentais e pelo piso cimentado em vermelhão.

Fonte: Fundação João Pinheiro

sábado, 13 de junho de 2009

ORIGEM DA FESTA DE NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO DE MINAS NOVAS


ORIGEM


Houve, em certa época, para ser mais precisa, no século XVIII, a descoberta do ouro no córrego “TRIPUHY”, na localidade de Vila Rica, hoje, cidade de Ouro Preto. A notícia correu rápida e, o Rei de Portugal determinara que se explorasse esse minério num trabalho acelerado e para tanto, fora necessária a intensificação do tráfico de escravos - pretos da África que eram aprisionados em navios negreiros e que se destinavam ao Brasil.
Dentre as levas de escravos fora capturada a família de um certo Francisco. O Francisco, cognominado “Chico Rei”, conforme esta nossa descrição, após folhearmos um trabalho do Prof. Carlos Góes, em seu livro “História da Terra Mineira”, pode-se observar porque o Chico era chamado de rei.
Em sua terra natal, esse cidadão na simpática que na época desfrutava entre seus conterrâneos, já merecera o destaque como “rei” em festas lá realizadas. E aqui, uma vez escravo, fizera a promessa de que, quando alcançasse a sua alforria e de seus familiares, ele celebraria, com a mesma pompa e destaque, festa tal aquelas realizadas na distante e misteriosa África.
Imbuído nesta fé e, contando ainda com amigos e simpatizantes, não tardara conseguir sua liberdade; pondo-se a minerar por conta própria, encontrara avultada quantia em ouro, passando daquela condição de humilde escravo alforriado à situação de abastado milionário. Comprara a liberdade de sua esposa, do seu filho e da noiva deste, sem se falar em diversos sobrinhos e conterrâneos.
Por fim, soara a hora do cumprimento da promessa. Determinara o feitio dos cetros e das coroas e, desta forma, a população de Vila Rica assistia, atônita à exibição do “reinado” pela primeira vez em nossa pátria, o que se estendera por toda Minas Gerais, inclusive em Minas Novas.
A Festa do Rosário em Minas Novas origina-se desde os primórdios do século XIX, porque se tem notícias de sua primeira celebração em 1810. Em 1840, os pretos conseguiram o registro de um “Compromisso”, elaborado no Arcebispado da Bahia, com o título “IRMANDADE DE NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO DOS HOMENS PRETOS DE MINAS NOVAS”. É essa Irmandade que promove em todos os anos a realização das festas de sua Padroeira.

A FESTA EM SEU FUNCIONAMENTO

Após a realização da eleição dos novos Juizes Maiores, em princípios de Abril de cada ano, já no mês de junho, numa quinta feira, que precede ao dia 13 deste mês, a Irmandade, os fiéis e ainda o povo em geral, partem com destino ao rio Fanado a fim da busca de água para a “lavação” da igreja, cujo líquido é conduzido em “potes” e “latas” à cabeça dos participantes.
15 de Junho - Nesse dia, por volta das 12 horas à porta da igreja do Rosário, com repiques de sinos e espocar de foguetes, banda de música, além dos caixeiros e tamborileiros, tem início a celebração de uma cerimônia conhecida por “MEIO DIA”. À noite, novenas, leilões de prendas à porta da igreja, além dos bailes e batuques em diversos lugares da cidade.
15 a 23 de Junho - De 15 a 23 de Junho, celebram-se as novenas com leilões de prendas e os bailes de que já falamos, sendo que, no 23 de junho, por volta das 11 horas, um grupo de crioulos retira-se em direção à Pedra do Rosário a fim de apanhar e trasladar a imagem da Santíssima Virgem do Rosário que, recebida à porta da igreja pelo vigário da paróquia, pelos Irmãos do Rosário e grande massa de populares, é reverenciada em seus dignos merecimentos. Ato contínuo, é realizada outra cerimônia tal qual a do dia 15, sempre ao meio dia. À tarde, a armação das fogueiras e à noite a novena.
24 de Junho - Por volta das 04:00 horas da manhã, com a presença indispensável da banda de música, caixeiros e pipocar de foguetes, tem-se início à ALVORADA. Às 09:00 horas da manhã, em aparato todo especial, são os Reis conduzidos à igreja para assistirem a missa. Terminada esta, as majestades retornam a suas residências, onde é servido um almoço, regado a cachaça e com doces e sobremesas. Às 17:00 horas, inicia-se a procissão. Isto posto, a imagem é coroada no adro da igreja por um grupo de crianças. Os bailes e batuques continuam pela noite adentro.
25 de Junho - Em singular aparato os casais de reis novos e velhos, são conduzidos até a Igreja do Rosário. Ali assistirão à coleta das esmolas anuais.
Com a chegada dos reis, a Irmandade se diligencia à casa do tesoureiro em busca do cofre, o qual é conduzido à cabeça por vários fiéis. Durante esse mesmo dia, a Irmandade continua sob permanente reunião até às 19:00 horas, quando o cofre é reconduzido à casa do mesmo tesoureiro, repetindo-se o aparato da manhã que se passou.
Com o retorno dos Irmãos, celebre-se a posse dos eleitos, que são novamente conduzidos às suas residências particulares realizam-se bailes onde se desponta uma série de folclores, tais como, “MANGANGA”, a “DANÇA DE QUATRO”, o “PAULISTA”, o “VILÃO” e “BEIRA MAR”, tudo isso para render homenagens à Virgem do Rosário, Mãe da Divina Graça e nossa protetora.


Festa de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos de Minas Novas - 2009


"Bendito e louvado seja o rosário de Maria, se ela não viesse ao mundo, ai de nós, o que seria?"


A Irmandade de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos de Minas Novas convida a todos para a mais tradicional festa da cidade. A festa em honra a Nossa Senhora do Rosário acontece todos os anos nos dias 23, 24 e 25 de junho, desde 1810.